Museu Antropológico recebe pesquisadora da Universidade de Leiden
Criada em 20/07/16 21:06. Atualizada em 21/07/16 13:47.
Mariana Françozo falou sobre a circulação de objetos e saberes indígenas na América Portuguesa e nos países Baixos
Texto: Natália Esteves
Fotos: Adriana Silva
Durante a colonização holandesa no Brasil no século 16, Maurício de Nassau governou a colônia holandesa no Nordeste do Brasil de 1637 e 1644. Dentre suas realizações, ele foi responsável pela criação do Museu Natural, Jardim Botânico e Zoológico de Recife, além da modernização da cidade. Nassau também ficou conhecido por ser um grande colecionador de objetos indígenas. É exatamente deste ponto que parte a pesquisa da professora Mariana Françoso, da Universidade de Leiden, na Holanda, sobre a circulação desses objetos e saberes entre a América Portuguesa e os países Baixos. A pesquisadora esteve no Museu Antropológico da UFG na tarde desta quarta-feira (20/7), onde ministrou palestra sobre o assunto.
Em sua fala, a pesquisadora afirmou que é necessário pensar os saberes indígenas como sistemas de conhecimento que funcionam assim como a ciência para explicar o mundo. "A ciência é a forma Ocidental de entender a natureza e o lugar do homem no espaço. Os conhecimentos indígenas fazem a mesma coisa, só que com outros conceitos e ideias. Precisamos entender que são sistemas que coexistem e que podem aprender um com o outro”, explicou.
O interesse da professora pela coleção de objetos predominantemente indígenas que Mauricio de Nassau adquiriu durante sua passagem pelo Brasil resultou no livro intitulado De Olinda a Holanda, que trata exatamente sobre a troca de saberes desses povos indígenas e objetos, mostrando a relação da construção do conhecimento colonial composto por diversos sujeitos.
Professa Mariana Françozo da Universidade de Leiden expõe o livro fruto da tese de doutorado
Atualmente a professora também desenvolve, ainda em fases iniciais, uma pesquisa sobre o livro História Natural do Brasil, publicado em 1648, com autoria de George Marcgraf e Guilherme Piso. A publicação é a primeira sobre geografia e natureza do Brasil. O projeto vai ser desenvolvido na Universidade de Leiden e contará com a contribuição na parte de linguística, da professora da Faculdade de Letras da UFG, Aline da Cruz.
Pesquisadora explicou que saberes indígenas devem ser pensados como a ciência
Fonte : Ascom UFG
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