terça-feira, 13 de outubro de 2015 0 comments

A borboleta

Sabe aquele almoço de domingo? Casa dos pais, lasanha da mama? Ou polenta com frango de panela? Aquele almoço em que se senta no chão, o velho chão de madeira da casa de mamãe, e, junto com as crianças, tenta-se descobrir como funciona o briquedo novo... Até que a novidade perde a graça e se percebe o quão mais gostoso é brincar de "bobinho" ou de pega-pega. E assim se passa um domingo agradável junto às crianças.
Reprodução Facebook/ via O GLOBO

E chega a hora de sentar-se à mesa, devorar a lasanha e colocar o papo com os adultos em dia. E todo a magia e encantamento do momento com as crianças se desfaz:

- A tatuagem é o primeiro passo para as drogas. O sujeito que se propõe a uma coisa dessas está na realidade se auto-destruindo...

- Oi???? Vários dos meus amigos, excelentes professores universitários, têm tatuagens lindíssimas...

- Ah! Claro! Um bando de funcionários públicos que não conseguiriam emprego em outro lugar.
Reprodução Facebook / via O GLOBO
E então vem o silêncio .Não o silêncio dos que concordam, mas o silêncio daqueles que precisam fingir que não ouviram, daqueles que preferem não mais discutir...

O silêncio daqueles que precisam voar como a borboleta nas costas da paramédica. Ah... sim, a paramédica, tatuada (quel horreur!!!) que, vestida de noiva, socorreu os amigos na estrada (veja reportagem no jornal O GLOBO)


sábado, 19 de setembro de 2015 0 comments

Vaas Vase Vaas Vase

HUSBAND: - Are you going to bring a bone to Leo?
WIFE: - No
- Why not?
- Mommy doesn't like bones because Leão destroyed a [veɪs]...
- What?
- A  [veɪs]
- Ah, you mean  [ vɑːz]...
 [veɪs]
[ vɑːs]
[ vɑːz] is Dutch.
- No, it is English
- No, it is Dutch.
Husband looks on the internet:
- See, it is English
Wife looks on the internet:
- Ah... come on... it is Dutch.


quinta-feira, 10 de setembro de 2015 1 comments

O papel do linguista na sociedade: a história de William Stokoe


No final do mês, participarei de um encontro sobre políticas linguísticas (cf. http://e-ipol.org/i-encontro-nacional-de-municipios-plurilingues-i-enmp/  ). Professora Tânia e eu apresentaremos um trabalho a respeito da Documentação linguística em políticas de formação intercultural de docentes indígenas em que defenderemos que a documentação linguística, embasada em análises descritivas, constitui importante ação de fortalecimento das línguas e dos povos minorizados.

Um caso bastante claro e famoso de contribuição da Linguística para fortalecimento de políticas públicas é representado pelo linguista americano Willam C. Stokoe, pioneiro nos estudos a respeito da línguas de sinais.

Antes dos trabalhos de Stokoe, a língua usada pelos surdos americanos era considerada um "código visual corrompido para o Inglês falado" ou, no máximo, uma “pantonímia elaborada”. Stokoe demonstrou que a ASL (a língua de sinais americana) era, na verdade, uma língua humana complexa assim como o Inglês ou o Português (cf. http://gupress.gallaudet.edu/stokoe.html). Vários estudos descritivos, em Fonologia, Morfologia e Sintaxe, corroboraram a tese de Stokoe. A partir desses estudos linguísticos, as línguas de sinais começaram a ser cada vez mais respeitadas. Educadores e fonoaudiólogos – que sempre insistiram em um ensino oralista – tiveram de reconhecer a importância das línguas de sinais. O surdo tornava-se livre para se comunicar em sua própria língua.

A relação entre linguística e lutas pelos surdos é tão clara que muitos dos nomes que se destacam nos movimentos políticos são linguistas. Basta citar a dedicação aos estudos linguísticos de pessoas muito respeitadas (e admiradas!), como Ronice Quadros Muller, Sandra Patrícia Nascimento, Shirley Vilhalva, Ana Regina Campello. Muitas dessas guerreiras começaram na Pedagogia, mas precisaram do suporte da linguística para fortalecer sua luta.

domingo, 2 de agosto de 2015 0 comments

Santa Dica está viva!!!


"é uma prova, na história de Goiás, que a opressão social pode ser combatida com a força do imaginário. Nenhuma arma é capaz de destruir um sonho libertador"

(Marcio V. Nunes, diretor do documentário Santa Dica, abril de 2005)


Em julho conheci Lagolândia, a terra da Santa Dica, uma mulher de pulso forte que teria comandado legiões, instituído o sistema de uso comum do solo e abolido o uso do dinheiro. Uma versão feminina (e feminista!) de Canudos em meio a Goiás. (Veja aqui a história). 
O trabalho duro, mas poético, do cotidiano de Lagolândia.

Com as amigas, na casa de Santa Dica.


Esse espírito de luta, essa consciência de que a opressão social deve ser combatida com ternura, deve ter inspirado a formação da Licenciatura em Educação Intercultural, na qual tenho o prazer de participar.


Profa. Miracema Krikati, formada na Licenciatura Intercultural da UFG, atua como professora convidada para turma de 2011. Com a participação da pequena Mirella.




sábado, 13 de junho de 2015 0 comments

Sílaba atômica


Lembro-me que nas aulas de geografia, vulcões, montanhas e vales tranformavam-se em poesia. Parece que meus alunos têm o mesmo hábito, transformam em poema as palavras que eu digo de forma vaga, reflexões que se criam no próprio momento da sala de aula. Veja a organização que Simeão deu a uma frase minha:



sábado, 16 de maio de 2015 0 comments

Interferências

- Te amo
- ãh?
- Eu te amo. Because sometimes it is SOV.


 
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