Uma mulher separada e um jovem negro? Na Holanda de 2012, pensamentos preconceituosos seriam provavelmente reprimidos (não que tenham desaparecido, mas a maioria das pessoas acredita que cada um deve cuidar de sua vida, desde que não atrapalhe a dos outros). Na Holanda de 1930s, porém, o casal era visto como uma afronta aos valores da época e, portanto, era melhor que estivesse longe dos olhos dos "cidadãos de bem".
Não espere, porém, um Romeu e Julieta dos anos 1930. Rika e Wald parecem estar juntos mais por amor ao pequeno Sonny Boy do que por serem felizes. Juntos, enfrentam a pobreza, as manifestações racistas da sociedade em geral e das próprias famílias. Os problemas do dia-a-dia, porém, tornam-se menores diante da guerra.
Contar essa história quando a população holandesa começa a votar em políticos conservadores, xenófobos, já é por si só um valor do filme. Para nós, brasileiros, faz refletir sobre atitudes racistas. Se, no passado, pudemos fingir que racismo era coisa de americano, a blogosfera espalha histórias que deveriam acabar com nossa hipocrisia sobre o assunto: o racismo ocorre no restaurante de Sampa (aqui), no supermercado na Bahia (aqui), onde mais?