domingo, 8 de janeiro de 2012

Celina, a amiga e a professora


Minha primeira professora de Nheengatú, Profa. Celina, morava em uma casinha de madeira em uma rua do centro de São Gabriel. Vez ou outra, eu passava por lá, sentava, observava ela corrigir as provas (e, às vezes, a ajudava a corrigir), tomávamos um suco gostoso de araçá e conversávamos por horas. Conversávamos sobre as aulas de Nheengatú, sobre o pai dela, sobre quando a pequena nasceu, sobre os últimos acontecimentos em Gabriel... Sempre preocupada com os filhos, com os netos, com os alunos, com o marido e com a vida difícil que levava. Toda a preocupação não lhe tirava o sorriso...

Também trabalhamos muito - o que aliás também era sinônimo de diversão: rimos muito, transcrevendo um mito baniwa; discutimos política, transcrevendo depoimentos de lideranças. Na última vez que estive em São Gabriel, Celina estava trabalhando em período integral e, por isso, não tinha como trabalhar nas transcrições. Generosa, me apresentou a Profa. Marlene, outra figura fantástica do universo gabrielense. Com Profa. Marlene, transcrevi boa parte dos textos usados na gramática do Nheengaú. Quando as duas se juntavam, riam de mim que só. 

Lembro-me que uma vez encontrei Celina em uma festa junina na praia. Ela estava tão bonita com uma blusa preta, radiante ao lado do marido. Ele contava histórias e ela ria, ria... Não há como falar de Profa. Celina sem lembrar ser contagiada por seu sorriso. 


2 comentários:

Kelli Machado disse...

Aline, que orgulho!
Tá lindo o seu trabalho!!!!
Leva uma cópia para eu ver em SBC?
:-)
Parabéns!!!!
Beijosss

Aline da Cruz disse...

Obrigada, Kelli. Levo, sim, pode deixar. Bjs!

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