sexta-feira, 15 de outubro de 2010 4 comments

Grandes professores!

Yũbuesa resewara


Purãga awasemu
Apuderi asasemu
Anhegai, se anama ita irumu
Sikaisa upe,
Yũbuesa upe,
Pinimasa upe.
Apita xĩga sasiara
Ti resewa ayũbue ayupe tupé.
Kuxima kariwa ti tãbue kuaye
Kuiri waa yawe
Kuiri suri ayũbue
Apitana waa upe, tuyue

Kuarire sunde kiti,
Yayupe kuri tipiti
Reputari rame rekua panhe maã rese,
Reyui kua kiti.
Rekuarã kuri, mame upita Bimiti.

Yane raira ita rupi,
Yane rimiariru ita runde.
Yasu yamãduai purãga
Takuarã awa yãde,
Takuarã awa aita.
Yepeasuarã yapita.


Florêncio Cordeiro da Silva

Outubro / 2007
Publicada em  IPÊ - Indios Pensamento e Educação. UFMG
segunda-feira, 11 de outubro de 2010 0 comments

Domingo: jornal, lasanha e muita discussão

Domingo é dia de missa, lasanha, família reunida. “O papai vai comprar jornal”. Folha! Estadão! Diário do Grande ABC! Pela manhã, começa a discussão. “O Estadão é reacionário”, eu dizia... “A Folha é bagunçada”, dizia meu irmão. “É preciso saber das notícias da região”, ponderava meu pai.

A mamãe tentava em vão convencer a todos a ir à missa. Meu pai não tinha escolha. Nós três a convencíamos de que queríamos dormir. Depois da missa, o papai chegava com um dos três jornais, pão, leite e uma quantidade gigantesca de queijo para começar a preparar a lasanha... Mmmmmmmmmm...

Depois do almoço, ainda na mesa da cozinha, começavam as discussões sobre o conteúdo do jornal. Política era quase sempre o tópico. Os mais velhos lembravam o “milagre”, os mais jovens lembravam que pagamos a conta por muito e muito tempo. Um elogiava o hospital construído pelo Alckmim, o outro lembrava a situação calamitosa em que as escolas paulistas se encontram graças a tantos anos de tucanada. Um falava bem das estradas paulistas. Outro respondia, indignado, que os preços dos pedágios eram absurdos, mais caros que os preços europeus e que não havia transparência em quanto as empresas terceiras gastavam e quanto recebiam.
Meu pai se irritava com a idade altíssima em que o brasileiro se aposenta. Meu irmão ponderava que a previdência estava falida no mundo todo. Um lembrava o direito à educação, à saúde, ao saneamento básico, à reforma agrária – outro lembrava os custos dessas reformas.

Avaliávamos, ouvíamos uns aos outros, aprendíamos com liberdade – com “excesso de liberdade” nas palavras da mamãe. Na hora de votar, cada um seguia seus princípios, ideais, bolso, e até religião. Todos, nas suas mais diferentes escolhas, acreditavam (e acreditam) em um país melhor.
 
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