sábado, 30 de julho de 2016 0 comments

Uma provocação: gramática é fundamental para escrever ou para aprender a escrever?

Eu não sei se é. Tem uma frase do Autran Dourado que diz assim com relação à gramática: “É preciso aprender a gramática, para depois esquecê-la”. Vamos colocar isso de outro jeito: para você refinar a sua expressão escrita é importante desenvolver consciência sobre como a língua é e como ela funciona estruturalmente. Vamos pensar sobre a organização sintática como parte do processo. Então, quando eu estou lendo um texto, de repente parar num determinado momento, destacar e analisar um segmento e perceber que o autor usou orações coordenadas, que ele poderia ter usado subordinadas. É importante ter essa consciência, assim como ter consciência do funcionamento social da língua, de que você varia a língua conforme o contexto em que você está, conforme o gênero. Quer dizer, escrever um conto é diferente de escrever um poema; fazer um sermão é diferente de narrar um jogo de futebol. Há um processo todo que nós fazemos na adequação da linguagem. As duas coisas são importantes: língua na dinâmica interacional, social, e a estrutura da língua. A possibilidade de você rastrear no vocabulário palavras mais precisas para aquilo que você quer dizer, essa reflexão é fundamental. Agora, qual é o problema da gramática? A gramática é ensinada escolasticamente: você dá o conceito, o exemplo, e faz exercício. Isso não faz sentido para quem está se aproximando da língua e precisa compreender como ela funciona.
Carlos Alberto Faraco, em entrevista publicada aqui

sábado, 23 de julho de 2016 0 comments

No Museu Antropológico :)



Museu Antropológico recebe pesquisadora da Universidade de Leiden


Criada em 20/07/16 21:06. Atualizada em 21/07/16 13:47.


Mariana Françozo falou sobre a circulação de objetos e saberes indígenas na América Portuguesa e nos países Baixos

Texto: Natália Esteves
Fotos: Adriana Silva
Durante a colonização holandesa no Brasil no século 16, Maurício de Nassau governou a colônia holandesa no Nordeste do Brasil de 1637 e 1644. Dentre suas realizações, ele foi responsável pela criação do Museu Natural, Jardim Botânico e Zoológico de Recife, além da modernização da cidade. Nassau também ficou conhecido por ser um grande colecionador de objetos indígenas. É exatamente deste ponto que parte a pesquisa da professora Mariana Françoso, da Universidade de Leiden, na Holanda, sobre a circulação desses objetos e saberes entre a América Portuguesa e os países Baixos. A pesquisadora esteve no Museu Antropológico da UFG na tarde desta quarta-feira (20/7), onde ministrou palestra sobre o assunto.
Em sua fala, a pesquisadora afirmou que é necessário pensar os saberes indígenas como sistemas de conhecimento que funcionam assim como a ciência para explicar o mundo. "A ciência é a forma Ocidental de entender a natureza e o lugar do homem no espaço. Os conhecimentos indígenas fazem a mesma coisa, só que com outros conceitos e ideias. Precisamos entender que são sistemas que coexistem e que podem aprender um com o outro”, explicou.
O interesse da professora pela coleção de objetos predominantemente indígenas que Mauricio de Nassau adquiriu durante sua passagem pelo Brasil resultou no livro intitulado De Olinda a Holanda, que trata exatamente sobre a troca de saberes desses povos indígenas e objetos, mostrando a relação da construção do conhecimento colonial composto por diversos sujeitos.
Museu antropológico recebe conversa sobre saberes indígenas
Professa Mariana Françozo da Universidade de Leiden expõe o livro fruto da tese de doutorado
Atualmente a professora também desenvolve, ainda em fases iniciais, uma pesquisa sobre o livro História Natural do Brasil, publicado em 1648, com autoria de George Marcgraf e Guilherme Piso. A publicação é a primeira sobre geografia e natureza do Brasil. O projeto vai ser desenvolvido na Universidade de Leiden e contará com a contribuição na parte de linguística, da professora da Faculdade de Letras da UFG, Aline da Cruz. 
Museu antropológico recebe conversa sobre saberes indígenas
Pesquisadora explicou que saberes indígenas devem ser pensados como a ciência
Fonte : Ascom UFG

 
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