quinta-feira, 16 de junho de 2011

Apologia à paz

As manifestações do Supremo sobre liberdade de expressão me lembraram do Plebiscito do Desarmamento. Naquele tempo, eu era chamada em todas as eleições para trabalhar como mesária. No plebiscito, não foi diferente. Acordei cedo e vesti uma camiseta com a foto do Gandhi que dizia:


 "Olho por olho e o mundo acabará cego."


Meus pais viram a camiseta e perguntaram assustados:
--- Tá louca? Não pode expressar opinião como mesária.
Eu, índignada, respondi:
-- Não estou fazendo campanha política, estou apenas citando uma frase extremamente popular, quase um provérbio. Não estou dizendo explicitamente que prefiro o desarmamento.

Conversa vem, conversa vai, a minha tia, funcionária do Fórum, foi convocada para resolver o impasse e me convenceu de que não adiantava criar caso com o Juiz Eleitoral. Bom, acabei sendo uma mesaria bem comportada.
Uma das meninas da mesa foi muito mais esperta e vestiu uma camiseta com a imagem de Nossa Senhora. Minha formação católica diria que Maria concordaria que não há necessidade de civis terem armas. Porém, o país super cristão só segue a doutrina quando é para impedir a discussão sobre o aborto, o uso de células tronco, a união entre homossexuais, etc.

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