quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

As três peneiras de Sócrates

Na imensidão de comentários inuteis (que não perdemos a mania de ler!), um leitor chamado Marcus nos presenteia com uma parábola de Sócrates.


As três Peneiras de Sócrates


Conta-se que certa vez um amigo procurou Sócrates para contar-lhe uma
 informação que julgava de seu interesse:
☺ Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu!
☻ Espera um momento – disse Sócrates – Antes de contar-me, quero
 saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras.
☺Três peneiras? Que queres dizer?
☻ Vamos peneirar aquilo que queres me dizer. Devemos sempre
 usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção:
A primeira é a Peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que
 queres dizer-me é verdade?
☺ Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade.
☻ A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves
ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?
☺ Envergonhado, o homem respondeu: - Devo confessar que não.
☻ A terceira peneira é a da NECESSIDADE. Pensaste bem se é
necessário  contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante?
 Vai resolver alguma coisa? Ajudar alguém? Melhorar alguma coisa?
☺ Necessário? Na verdade, não.
☻ Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro,
nem bom, nem necessário, então é melhor que o guardes apenas para ti.
Assim, da próxima vez em que surgir um boato por aí, submeta-o ao crivo
das Três Peneiras: Verdade, Bondade, Necessidade, antes de obedecer
ao impulso de passá-lo adiante, porque:
Pessoas inteligentes falam sobre idéias;
Pessoas comuns falam sobre coisas;
Pessoas mesquinhas falam sobre pessoas.
Mas, na verdade, não é tão fácil assim usar no dia a dia essas
três simples peneirinhas, afinal, desde que o mundo é mundo,
conversa vai, conversa vem e, quando menos se espera alguma
 história já se espalhou, entretanto, nesse momento, vale lembrar
que toda a história tem pelo menos dois lados e, como tal, nada
 mais justo do que ouvir todos os envolvidos.


Em tempos de redes sociais, Sócrates não poderia estar mais correto.
(O comentário foi feito para o texto
O Aladin, a vendedora de água e o risco das histórias pela metade)


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