quarta-feira, 29 de julho de 2009

Construindo uma gramática

Imagina que você tem a missão de escrever uma gramática e um dicionário de uma língua desconhecida... Não estou falando de alemão ou japonês... Imagine que você tem de escrever uma gramática de uma lingua da amazônia jamais vista.

O primeiro passo é descobrir se há falantes bilíngües, que possam traduzir textos e palavras da lingua amazônica para o português.

O linguista e o "consultor" controem então listas de palavras e frases - utéis no primeiro momento, mas só no começo...

Com o tempo, começam a gravar textos inteiros - mitos, depoimentos, diálogos... O ideal é gravar os falantes monolingues - aqueles que só falam uma língua - e depois transcrever, traduzir e losar com a ajuda do "consultor" (o tal falante bilíngue).

Dos textos, saem as hipóteses do lingüista. Essas são testadas por 'elicitação' - um método de fazer perguntas que permitem identificar estruturas linguisticas. Por exemplo, se você está escrevendo a gramática do inglês e vê uma frase do tipo "the snake bited the man", você pode perguntar como seria "a cobra mordeu ele" e você vai perceber que a forma do objeto é "him": "the snake bitted him".

O linguista faz trabalho de campo para documentar as línguas indígenas. Um trabalho que envolve documentar (registrar) e descrever (analisar e entender).

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