Imagine que no século XVI, o "quintal" da torre de Belém era habitada por alguém muito especial: o elefante Salomão e seu conarca Suhro (ou Solimão e Fritz, como foram conhecidos na Áustria). Para se livrar dos gastos com tamanho animal, o rei de Portugal decidiu dar de presente o elefante para o arqueduque da Áustria.
A viagem do elefante é apenas um pretexto para que Saramago crie um mundo cheio de personagens - reais e imaginários. O título e a capa infantis escondem com ironia as críticas à sociedade portuguesa - da época? ou de hoje? A viagem em si é uma grande gargalhada à hipocrisia dos governantes, capazes de receberem 'elefantes' como presentes :)
O elefante não vai sozinho, claro! Leva consigo Suhro, o conarca indiano "convertido" católico. Nas paradas para descanso, as conversas de Suhro com os colegas, com o arqueduque, com os padres e todos, mostra que o "bárbaro" estava bem longe de endender um mundo muito mais místico que o da Índia... Um mundo em que brincadeiras de elefante viram milagre...
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