Na semana passada, fui convidada para dar uma aula sobre Fonologia de Contato em Leiden. A idéia era discutir com alunos de mestrado como o Nheengatú (ou língua geral amazônica) teria reestruturado seu sistema devido ao contato. O mesmo trabalho que eu havia apresentado no México (cf. resumo), mas de uma forma mais participativa :)
A aula era de apenas duas horinhas com intervalo de quinze minutos... Eu sei, é rídiculo comparado as quatro horas contínuas da pós na USP. Mas os holandeses dizem - e faz sentido - que ninguém é capaz de se concentrar por mais de 45 minutos contínuos.
Eu estava em pânico - como sempre! - Afinal quando cheguei aqui há três anos, eu assisti a muitas aulas de mestrado na mesma Universidade de Leiden. Logo que comecei a aula fiz uma brincadeirinha sobre 'estudar fonologia de contato' com uma brasileira falando inglês :) A piadinha de nerd ajudou a desfazer a tensão inicial :)
Ao invés de jogar um montão de conteúdos teóricos, decidi levar um handout com dados e guiar os alunos para descobrirem por eles mesmos as mudanças que teriam ocorrido no Nheengatú nos últimos 150 anos por conta do contato com o Baniwa, o Baré e o Werekena. Foi uma maneira divertida de estudar o conceito de 'convergência lingüística' a partir dos dados do Nheengatú.
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3 comentários:
Sem contar que estimulou a participaçao das pessoas, o que é sempre um "plus a mais" nas aulas, ne? Melhor do que dar de cara com alguém que fala, fala, fala e fala. Deve ter sido show!
Aline, boa amiga, massa o blog. também tenho tentado estar em conexão: http://tapecuim.blogspot.com/
to acompanhando de longe aqui o seu trajeto!
abração do marcos
Parabéns!!!"Fonologia de contato"?!?!E conseguir participação?!Uau!
PS:A foto tá show!!!!!
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